Tempestades

As tempestades fazem parte do nosso mundo, são eventos extremos e inesperados que nos desenraizam totalmente e tornam a vida diária complicada, confusa, caótica, descontrolada. Nos nossos tempos assumem o nome de pessoas e afetam pessoas (1). Já não são o resultado de males humanos, dizem, embora eu acredite que devíamos voltar atrás neste conceito e pensar quais são os atuais pecados da humanidade que nos estão a conduzir  a todos nesta direção, direitinhos para o centro da tempestade, num caminho possivelmente sem retorno.



As tempestades sempre existiram, mas não ao ritmo alucinante a que hoje em dia se sucedem. As tempestades sempre existiram, causando morte e destruição na sua passagem. Mas tanta como hoje?

Por esse motivo, e tal como todas as situações que não queremos que nos aconteçam, ou para as quais queremos estar prevenidos, a humanidade desenvolveu tecnologia para a previsão destes acontecimentos climáticos. Previsões que às vezes funcionam. Na ausência das técnicas sofisticadas (que só às vezes resultam), noutros tempos procuravam-se sinais nos céus, na terra e na água. Mudanças de temperatura, cor do céu, ou humidade do ar, animais que fugiam, animais que surgiam.. Baleias que apareciam onde não eram esperadas. Algo que pairava... Desta forma, vários elementos da natureza se tornaram sinais de mau presságio, de iminência de tempestade ou de catástrofe natural. No mar, as baleias, sempre as baleias. O arquétipo do mau agoiro, a premonição do horrível, a certeza do desastre, desde tempos bem antigos (2).

Que bom teria sido se a visão de uma baleia me tivesse avisado do "perigo" latente antes de embarcar em mais uma viagem.


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(1) Storms catch us in any part of the world:
http://www.dw.com/en/deadly-storm-xavier-sweeps-across-northern-germany/a-40822911

(2) Really soon a small project by our team (APCM: cienciasmar.wixsite.com/associacao and 
CHAM: http://www.cham.fcsh.unl.pt/pr_descricao.aspx?ProId=66) will focus on this topic.

Comentários

  1. A tecnologia pode prever as tempestades, mas não pode vencer a força bruta da natureza. A destruição será inevitável e, a este ritmo, a gestão dos seus prejuízos, tornar-se-à ingovernável.

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